25/06/2009
Pena
o teatro mágico
Composição: Fernando Anitelli e Maíra Viana
O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai.
Um sorriso por ingresso.
Falta assunto, falta acesso.
Talento traduzido em cédula
E a cédula tronco é a cédula mãe solteira.
O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai.
Acordes em oferta, cordel em promoção.
A Prosa presa em papel de bala:
Música rara em liquidação
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um Sol em mim menor
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai.
A porcentagem e o verso,
rifa, tarifa e refrão.
Talento provado em papel moeda:
Poesia metamorfoseada em cifrão.
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai.
Meu museu em obras, obras em leilão.
Atalhos, retalhos, sobras:
A matemática da arte em papel de pão.
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior
[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior]
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